Depoimentos de Leitura


A seguir encontram-se depoimentos sobre as experiências individuais relativas à leitura e à escrita. Esses textos evidenciam o quanto a escrita é importante para a formação dos indivíduos e de suas histórias de vida...



ADILSON ATANASIO DOS SANTOS
QUANDO APRENDI  LER, LEMBRO ME QUE FOI UMA SENSAÇÃO NO MÍNIMO INTERESSANTE, POIS, SAI LENDO TUDO QUE PODIA SER LIDO, PASSAVA PELAS RUAS LENDO OS ANÚNCIOS DAS LOJAS, ESTAVA NO TREM OU NO ÔNIBUS LIA AS PLACAS QUE PASSAVAM VELOZMENTE NÃO DANDO TEMPO DE LÊ-LAS, ME SENTIA IMPORTANTE; EU SABIA LER.COM A SÉRIE VAGALUMESVEIO MEU PRIMEIRO CONTATO COM OS LIVROS, E NUNCA MAIS OS DEIXEI E, A PARTIR DAI, LEIO, LEIO E LEIO.
moinho de versos
movido a vento
em noites de boémia

vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia


CLAUDIA AQUINO
Quando eu tinha  sete anos, fui  presenteada com o livro A branca de neve e os sete anões. Era totalmente ilustrado. Este foi o prmeiro livro que li e depois tornei a ler outras vezes... era meu presente de aniversário favorito. Depois disso ia  à Biblioteca Municipal, uma vez por semana.  Li todos os livros do gênero contos. Amava ler. Sempre gostei de ler e sempre tive consciência da importância da leitura para a formação de cada pessoa. Considerando as palavras  do pintor Newton Mesquita (" Quando você vê um quadro e gosta muito, a sensação é a de que aquela imagem sempre esteve dentro de você. Com o texto é a mesma coisa: aquilo toca na sua essência e detona tantas ideias e fantasias que se torna parte de sua vida." Hoje os livros me fascinam. Me dão a possibilidade de viajar para outros países, conhecer outras pessoas. Também foi a partir de outros escritores como: Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Clarice Lispector, entre tantos outros, que me inspirou a escrever.
Ou seja, não escrevo muito, mas esses autores me ajudaram na minha trajetória. Na minha opinião, a leitura e a escrita devem fazer parte da vida de qualquer pessoa.

ÉRICA MAIO TAVEIRA GRANDE
No ano em que aprendi a ler fui presenteada, em meu sétimo aniversário, com um livro ricamente ilustrado que narrava a história da Polegarzinha. Este foi o primeiro livro que li e depois tornei a ler outras vezes... era meu presente de aniversário favorito. Não tive acesso a muitos livros em minha infância, apesar disso, sempre gostei de ler e sempre tive consciência da importância da leitura para a formação de cada pessoa.
Considerando as palavras do psicanalista, educador, escritor e teólogo Rubem Alves (A experiência literária é um ritual antropofágico (...) Eu mesmo sou o que sou pelos autores que devorei (...) E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores) passo a lembrar dos escritores que devorei e que se tornaram parte de mim. Dentre os vários, marcaram-me mais profundamente Machado de Assis, que me impressionou com sua ironia crítica e sua linguagem elegantemente afiada; Dostoiévski, com suas personagens intensas, sua narrativa psicológica capaz de levar o leitor para dentro das personagens... confesso que chorei ao ler Os irmãos Karamázovi; Clarice Lispector, com suas personagens fantasticamente instigantes conduz o leitor à epifania; Graciliano Ramos me fez conhecer a seca do sertão em Vidas Secas; João Cabral de Melo Neto; Gabriel Garcia Marques; Thomas Mann; Mário de Andrade; Rubem Fonseca; José de Alencar... e tantos outros autores que contribuiram para me fazer ser quem eu sou: alguém que adora a literatura e reconhece o seu valor para a construção do ser humano. Pois como diz o crítico literário Antônio Cândido, As produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano (...) Em todos esses casos ocorre a humanização e enriquecimento. Entendo aqui por humanização (...) o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções. Desse modo, a literatura nos torna mais humanizados, mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade e o semelhante.
Enquanto escritora, tenho juntado meus escritos... meus versos... meus contos. Guardados aqui e acolá, alguns esquecidos nas gavetas, outros esperando para serem escritos. Quem sabe um dia, tal como fez Clair Feliz Regina, eu possa apresenta-los aos leitores.

KATIUSCIA DA SILVA  
Minha relação com a escrita começou em casa, quando pequena minha mãe me presenteou com diversas coleções que preservei até os dias atuais e serão utilizados em breve por mim, para contar histórias para meu filho. Na escola um momento marcante foi quando participei de um concurso estadual de redação sobre agrotóxicos nos alimentos (criei um diálogo entre insetos e formigas) e ganhei em primeiro lugar, estudava na 6a série; a partir de então, passei a ter mais segurança e a produzir e colecionar textos e poesias num caderno que, de tempo em tempo, emprestava a outras colegas que tinham o mesmo hábito. Ao terminar o Ensino Médio prestei Jornalismo porque sonhava em ser redatora de jornal ou revista, mas na época meus pais não tiveram condições de me manter longe de casa estudando, foi quando fiz Letras e me realizo quando percebo que fiz a diferença na vida de um aluno mesmo diante as inúmeras adversidades que todos enfrentamos em sala de aula. Atualmente em meu trabalho com Sala de Leitura redescobrí maneiras de desenvolver habilidades leitoras em meus alunos, impressionante o quanto a leitura transforma alunos numa fase de tantos questionamentos e dúvidas; devo esta percepção a uma profissional que foi orientadora do projeto, Ana Paula, a maneira como ela ampliou a minha visão de leitora faz todo o diferencial em meu trabalho.



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